quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O pecado original, a primeira aula

Meu olhar pedagógico sobre a história de Adão e Eva, me impede de visualizá-lo como uma situação de pecado. Ou como dizem a maioria dos teólogos "O pecado original".
Superficialmente Adão e Eva são vistos como meros desobedientes, que ao comerem do fruto do conhecimento do bem e do mal, desencadearam toda a sorte de infelicidades à humanidade.
Como na pedagogia, o erro serve como forma de aprendizagem, e maturidade do desenvolvimento cognitivo do indivíduo, Adão e Eva passaram por um processo de "desequilíbrio e equilíbrio", segundo Piaget.
Ou seja, a ordem de Deus em não comer do fruto proíbido(o que seria mais fácil não ter criado a tal árvore), nada mais é do que uma intervenção pedagógica, para estimular o casal à curiosidade, e com isso desenvolver o conhecimento sobre o novo mundo à sua volta.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Deus, um educador.

Sempre que a bíblia se refere a Deus, usa-se adjetivos ou títulos como forma de explicar quem Ele é: "Todo poderoso, Senhor dos exércitos, Senhor dos Senhores, Médico dos médicos, Criador, Pai."
A religião sempre tentou emular Deus, a uma visão, a um conceito, para tentar explicá-lo aos seus seguidores e ouvintes.
Me forme em Pedagogia, e dentro da visão profissional em que me formei, procuro ver Deus, como um Educador. Por mais que meu curso não visasse isso, as teorias pedagógicas sempre me levavam à reflexão de que Deus poderia ser um pedagogo.
Pensando na raiz da palavra pedagogo, significa "aquele que conduz as crianças",e Jesus utiliza a figura da crianças ao dizer que " das tais é o Reino de Deus", incentivando os adultos à sua volta, a serem como elas.
A palavra aluno significa "aquele que não possui luz", e pensando novamente nas palavras de Jesus, Ele diz ser a luz do mundo, e também o "caminho" para se chegar a Deus. Ou seja, Jesus é aquele que quer nos conduzir para Deus, com sua luz, e da nossa parte, chegar a Ele com nossos corações puros, como de criança.
Se Jesus é o Deus encarnado, podemos dizer que Deus é o Pedagogo dos pedagogos, disposto a conduzir suas crianças(seus filhos), pelo caminho da luz que é o próprio Cristo, afim de nos iluminar(alunos= sem luz), assumindo os valores e atitudes dEle(imitadores de Cristo).
Aliás, muitos teóricos da pedagogia defendem a imitação como forma de aprendizagem, onde a criança tem como referência, o adulto. Imitar a Jesus é desenvolver a aprendizagem moral, social e espiritual.
Enfim, poderia utilizar muitos outros exemplos para mostrar que Deus é o grande Educador, que através de sua Justiça e Misericórdia, quer nos ensinar algo de bom. Por isso, esse assunto não se esgota aqui.Volto a falar em outros posts.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A resposta que ninguém quer ouvir

2 Coríntios 12:7-10



"Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.
Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim.
Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.
Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte."
O que muitos pregadores tem dito ao longo dos anos para os cristãos, é que Deus é "obrigado" a nos atender em nossas petições.
Deus não passa de um "gênio da lâmpada", um realizador de desejos egoístas e mesquinhos, daqueles que se consideram eleitos e herdeiros do reino de Deus.
Se Deus é o dono do ouro e da prata, por que eu, seu filho amado, tenho de viver neste mundo de forma miserável, se contentando com qualquer migalha? Se Deus criou os céus e a terra, por que não pode me prover tudo o que desejo? Por que não fazer prova de Deus como diz em Malaquias 3:10?
Essas são indagações que são colocadas no cenário cristão, onde nos achamos no direito de "exigir" bençãos de Deus.
E quando olhamos para o texto de Paulo, vimos algo que coloca em contradição essas ideias, onde o apóstolo, com toda sua importância para a história do cristianismo, que naquele momento ainda estava engatinhando, possuía um problema que o incomodava, e a resposta de Deus contrariou suas expectativa.
"Minha graça é suficiente para você", foi o que Deus respondeu. Mas qual cristão que acredita  na obrigatoriedade de Deus em prover, gostaria de ouvir esta resposta? Provavelmente ninguém.
As dificuldades, as adversidades da vida, os imprevistos, os incômodos, tudo isso existe em nossa vida. Mas queremos acreditar que a religião, a doutrina que nos é empurrada, essa sim, vai nos dar segurança, e nos livrar de todos os infortúnios. E nos fazemos de surdos para essa resposta de Deus.

Minha graça é suficiente para você, porque Eu quero que você lute pela vida, supere os problemas, amadureça sua fé, busque a Minha justiça, exerça a Minha misericórdia, e reflita em suas atitudes o Meu Amor.
Deus não quer pessoas que se considerem autossuficientes, mesmo os religiosos, que muitas vezes se esquecem, que até eles precisam de Deus. Deus quer pessoas humildes, que reconheçam suas fraquezas, suas necessidades, e possam dizer: "Deus, eu não sou ninguém, me sinto fraco diante dos meus problemas, mas a Tua Graça me basta, esteja comigo."
Esse é o verdadeiro poder que devemos buscar, reconhecer que a Graça de Deus está conosco, para enfrentarmos os embates da vida que nos cercam.

A religião é um óculos

Ao contrário do que muitas pessoas chegam a pensar, Deus não depende de nenhuma religião para existir. A onipresença dEle independe dos eventos religiosos que ocorrem nas comunidades e templos. Deus está conosco a qualquer momento e em qualquer lugar.
A religião é apenas uma "lente", um "óculos" que usamos para enxergar esse Deus onipresente em nossas vidas. E cada lente(religião) mostra um Deus diferente.
Algumas lentes mostram um deus furioso, intolerante, que está pronto a castigar a humanidade a qualquer instante. Outras mostram um deus omisso, uma simples figura a ser copiada pelos mortais. Também existem lentes que mostram uma energia, uma luz, que apenas criou o universo e nada mais.
Por conta de tantas lentes, muitos preferem ficar "cegos", abrem mão dessa lente, pois sem ela, é como se Deus não existisse. É como se eu tirasse meus óculos, e as pessoas à minha volta deixassem de existir.
Se você necessita de óculos como eu(neste caso estou falando do objeto propriamente dito), e levanta a noite sem eles, e precisa pegar ou identificar algum objeto, o que faz? Se aproxima...
As vezes é necessário deixar de lado as lentes das religiões para nos aproximarmos de Deus, pois fora de foco, teremos de chegar perto, tocar, e ter um relacionamento mais profundo com Ele.
Esta é minha proposta neste humilde blog, refletir sobre essa aproximação, indo além das lentes, buscando estar face a face com o Pai.